Manhã soalheira, 10 de Outubro, nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian. Lá estávamos nós, um pouco nervosos, prestes a entrar em acção. O acaso tinha-nos tornado representantes da Arábia Saudita na recriação de uma assembleia das Nações Unidas destinada a discutir uma moção para acabar com a pena de morte no mundo. Não seria tarefa fácil,uma vez que nenhum de nós, afinal e em nome próprio, defendia a pena capital. Fizémo-lo, no entanto, da melhor maneira possível, para que a nossa escola, a Padre Alberto Neto, também ela fosse bem representada. Respirámos fundo, ganhámos coragem, e lá fomos nós, beduínos por um dia, vestir a pele da bizarra delegação saudita. Convictos, porém, de que não ficaríamos por ali, de que voltaríamos a encontrar-nos, algures na nossa escola, mas agora para trabalharmos em sentido contrário,de acordo com a nossa consciência, para expiarmos as horas dedicadas à preparação do evento e que deixamos a seguir...
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