terça-feira, 9 de dezembro de 2008

.Pena de Morte... Porquê?

Os seguintes vídeos são dedicados à pena de morte, ofensa directa ao direito humano mais básico, o direito à vida. O pior é quando são os governos a tirá-la, recusando-se a ouvir outras opiniões e a ver a verdade do mundo.

"Olho por olho e todo o mundo será cego" Mahatma Ghandi



































Por favor, tirem 5 segundos da vossa vida para pensar neste tema.
Por favor, tirem 10 segundos da vossa vida para reflectir sobre o mundo e os homens.
Por favor, tirem 20 segundos da vossa vida para lutar convosco mesmos, interiormente, e escolham a opção que vos parece mais acertada, não vista pelo cérebro, mas sim pelo coração.
Por favor, tirem 40 segundos da vossa vida e dediquem-nos a todos os inocentes que ao longo de toda a história morreram por uma "causa maior", mesmo que esta causa seja inadmissível ou simplesmente estúpida.
Perderam 1 minuto e 15 segundos...por favor percam 2 minutos e 15 segundos e doem 1 minuto a todos aqueles que morreram injustamente nas mãos de líderes assassinos, a todos aqueles que perderam familiares injustamente condenados à morte e que apenas puderam contar com aqueles que no fundo do coração acreditavam neles, a todos aqueles inocentes que todos os dias são assassinados nas ruas ou na mercearia por criminosos que, na sua maioria, continuam em liberdade...por todos aqueles que morreram em suas próprias casas, nas mãos do governo e das suas batalhas, nas mãos no governo e do seu dinheiro, nas mãos do governo e da sua "supremacia territorial"...por favor dêem a todos eles 1 minuto da vossa vida, pois eles nunca poderão voltar a dar 1 minuto da sua vida a todos aqueles que amam nem a si mesmos.

.Gulbenkian, 10 de Outubro

Gulbenkian, 10 de Outubro: debate sobre a pena de morte numa "assembleia das nações unidas" animada por 10 equipas de 10 escolas da Zona da Grande Lisboa. O Projecto Humano esteve lá:




domingo, 7 de dezembro de 2008

.Discriminação da Mulher no Trabalho

Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade. Artigo I, da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Muitas são as pessoas, que por inúmeros factores são discriminadas no seu local de trabalho. Infelizmente, a teoria de que todas as pessoas nascem iguais em dignidade e direitos não é posta em prática. As mulheres continuam a ser o maior alvo deste tipo de discriminação.
Hoje em dia, há mulheres que ainda se deixam influenciar por ideologias antiquadas e machistas que defendem que “o lugar da mulher é em casa a tomar conta dos filhos e a trabalhar para o bem estar da casa e da família”.
No entanto, há outras que são tremendamente discriminadas a nível profissional. São diariamente humilhadas no seu local de trabalho. São vítimas de assédio sexual; vêm o seu pedido de emprego negado por terem filhos, ou simplesmente por serem mulheres; têm um salário mais baixo em relação a outrém do sexo masculino que exerça exactamente as mesmas funções, nas mesmas condições. A lista continua...

Factos que comprovam a discriminação sexual a nível profissional:
  • Na maior parte dos países em desenvolvimento, as mulheres não ocupam cargos directivos.
  • Existem hoje 60 milhões de trabalhadoras rurais que recebem em média três quartas partes do salário pago aos homens pelo mesmo trabalho.
  • Na América Latina, segundo dados da ONU, as mulheres com 13 anos de estudo ou mais ganham 38% menos que os homens com a mesma qualificação; e ainda, as mulheres analfabetas ganham 45% menos que os homens nas mesmas condições.
  • Na Alemanha, o desemprego das mulheres oscila entre os 20 e os 25 por cento.
  • Na Bélgica, o subsídio de desemprego das mulheres depende da situação do «chefe de família» - o homem.
  • Na Roménia, entre 60 a 70 por cento das mulheres estão no desemprego. Neste país verifica-se que as mulheres, independentemente da sua qualificação académica, suprem as suas necessidades como vendedoras em lojas ou na rua.
  • Em Portugal, a diferença salarial entre sexos situa-se nos 22,6%.

Como é que é possível que em pleno século XXI ainda tenhamos que viver com problemas de discriminação sexual? Ficaremos indiferentes? Onde está a noção de Igualdade? De Justiça? De Fraternidade?


Caso exemplificativo da discriminação da mulher no trabalho:

(Notícia publicada no Jornal Porto Net, no dia 3 de Maio de 2008)
Mulheres têm mais estudos, mas são mais discriminadas no trabalho. O JPN ouviu um exemplo das dificuldades de conciliar emprego e maternidade.

Hoje é proprietária de duas lojas da empresa que um dia a discriminou. Sofia, nome fictício, recorda que foi seleccionada entre "mil e tal pessoas que eles entrevistaram". Um dia de alegria, que se desvaneceu duas semanas depois, quando soube que estava grávida.
O facto de ter engravidado, como tanto desejava, obrigou-a a permanecer no desemprego. "Já não queriam", diz Sofia. "Deram-me a escolher entre o emprego e o bebé, e eu optei pelo bebé", reforça.
Sofia fala com indignação do momento de "desânimo" que atravessou. Acabou por sofrer um aborto espontâneo. Foi então que entrou novamente em contacto com a empresa, que a admitiu prontamente.

Photobucket

(A discriminação sexual é a mais verificada, nos dias de hoje, logo a seguir à discriminação racial)


(Vídeo alusivo às diferentes formas de discriminação no trabalho)


(Vídeo que remete para a reflexão da discriminação à escala global)

.Agnés Varda na Padre Alberto Neto: depois do convite, o aperitivo




O sucesso de Glaneurs et la Glaneuse, de Agnés Varda, é sobejamente conhecido. Mesmo depois de ter sido difundido pelo Canal +, em horário nobre, o filme foi visto por 43000 pessoas em apenas nove semanas. Críticas entusiastas, filas de espera, cópias suplementares, exibição em diversos festivais, debates em catadupa, projecção em pequenas cidades de província, onde grande parte do filme se desenrola, são apenas alguns indicadores do sucesso que surpreendeu tudo e todos, realizadora incluída : “E foi assim que passou um dia na ilha de Aix, outro na ilha de Yeu, nas aldeias de Vendée, de Gironde ou do Maciço Central. Tudo isso ao mesmo tempo que as grandes cidades esperavam pela sua cópia. Tem piada...”.
O caso não mereceria a nossa atenção se não se tratasse de um trabalho realizado num formato habitualmente condenado à ruminância intelectualizante de uma minoria mais ou menos especializada, o documentário. À primeira vista, Glaneurs et la Glaneuse não reúne, de facto, nenhum dos ingredientes geralmente associados aos sucessos de bilheteira. Não se trata de uma narrativa circular, com ou sem final feliz, dispensa as estrelas e os efeitos especiais que arrastam multidões, não se propõe alienar o público ávido de uma vida ausente, numa palavra, não recorre a artifícios fáceis ou qualquer outra estratégia populista. Pelo contrário, é a realidade, tal qual ela se apresenta a quem se dispuser a parar e a olhá-la, bem com as verdadeiras pessoas, e apenas essas, que aí devem ser procuradas. Tudo isto de acordo com uma paixão que a realizadora confessa sem qualquer hesitação: “ O cinema do real faz-me sempre pensar numa expressão que utilizo quando digo «gosto de filmar pessoas verdadeiras». Não é para falar mal dos actores nem para minimizar a importância dos estúdios, mas nada me excita tanto como filmar a realidade.”
Talvez seja esse o motivo do sucesso deste documentário. O facto de nos podermos ver retratados, sem make-up, a nu, de repente transformados em personagens de um filme cujo cenário, embora nem sempre reparemos nele, se confunde com as ruas, os campos, enfim, os espaços que conhecemos de todos os dias. Numa palavra, porque é o real, a vida presente, e não outra, que a autora nos convida a visitar. Mais de perto, no entanto, verificamos que uma simples vontade súbita de real, ainda que sabiamente estimulada pela câmara de Agnés varda, não chega para explicar a popularidade de que falamos. E isto por duas razões.
Em primeiro lugar, porque embora sejamos nós quem se passeia nas telas, é na condição de sans toit ni loi, título de um outro trabalho seu realizado em 1983, que isso quase sempre acontece. Com efeito, são os sem-abrigo, os desempregados, os clandestinos, numa palavra, os marginalizados, ainda que encarados como legítimos herdeiros de uma actividade nobre e ancestral, a respiga, quem mais prende a atenção da autora. Em segundo lugar, porque não podemos deixar de olhar para esses que depenicam os restos das bancas dos mercados e os caixotes de lixo que pontilham as cidades, tudo isto ao som de rap, música das franjas por excelência, como uma consequência imediata da sociedade tecnológica e de consumo excessivo que paulatinamente fomos construindo. Numa palavra, como uma invenção do homem contemporâneo, que simultaneamente se inundou de saber e de todos os dejectos que inevitavelmente daí derivam. De um modo geral, porque não é de todo agradável observar o resultado a que chegámos: uma sociedade que não sabe lidar com os desperdícios que produz.
O real com que a realizadora nos confronta, ainda que de uma forma quase poética não é, de facto, um real agradável de se ver. Ainda que por vezes filmado em locais bucólicos e de algum requinte, como acontece com as casas de alguns entrevistados e os museus por onde vai passando, não é da realidade que todos gostaríamos de poder ver que se trata. Mas daquela que, precisamente porque estamos imersos neles, se decompõe em desperdícios, restos indesejáveis e outros dejectos que assim se vão acumulando. O mesmo é dizer, apenas uma determinada visão do real, apenas uma interpretação, a visão heterológica da autora, por si só já motivo de interesse e com que agora nos surpreende : “ É isso, a relação com o real, o olhar duplo, a capacidade de o ver como real e de o ver como outra coisa. (...) É mesmo isso que eu desejo: encurralar a realidade até que se torne imaginária, retomar o imaginário e servir-me da realidade. »
Como Dali, em O rosto paranóico, que tinha recuperado uma foto de uma aldeia africana, com uma pequena casa que pousa sobre o chão como uma semi-esfera - as árvores e os nativos estão sentados de tal maneira que os podíamos ver como um nariz, uma boca, numa palavra, como um rosto escondido -, a realizadora mostra-nos a realidade tal como a vê. E o que ela vê, ao mesmo tempo que nos convida a seguir o seu olhar, não é de todo agradável : “Uma vez no horror. Sou uma besta. Pior, sou uma besta que eu não conheço». De facto, tudo funciona como se a realizadora nos pegasse pela mão, gesto simbolizado pelo modo demorado com que filma a sua, envelhecida, flácida, e nos levasse a ver o que também somos, mas que geralmente preferimos não ver. E que vemos? Toneladas de batatas que são desperdiçadas todos os anos só porque não atingem o tamanho requerido. Toneladas de maçãs destinadas a apodrecer. Contentores repletos de comida desperdiçada. Vinhas inteiras abandonadas por não estarmos na época em que supostamente a qualidade do vinho é garantida. Frigoríficos, fogões e toda a espécie de electrodomésticos que se amontoam pelas ruas. Enfim, a mesma realidade com que lidamos todos os dias, mas agora com um rosto novo, um nariz novo, uma boca nova, pelo menos para a maioria que não está devidamente preparada. Talvez seja esse o segredo do sucesso da autora.
Mas se a maioria não se apercebe da realidade delirante em que navega, outros há, eles próprios resultado directo da sociedade de consumo e desperdício excessivos, que insistem em contrariar a aparente inevitabilidade de nada poder fazer a partir dos restos produzidos. Falamos agora dos respigadores, os verdadeiros protagonistas da realidade traçada por Varda, cujas experiências e expressões várias se sucedem como num desfile ao longo de todo o filme. De facto, falar de Les Glaneurs e de uma extensa galeria de respigadores que, desde épocas mais remotas em que a actividade era vista com naturalidade, até hoje em que surgem novas e surpreendentes expressões da respiga, são uma e a mesma coisa. É assim, a partir de um célebre quadro de Millet –As Respigadoras-, que a realizadora nos vai apresentando, um a um, os herdeiros actuais daquelas que ali serenamente apanham os restos abandonados de trigo. É assim, sem grande trabalho de montagem, de câmara digital em riste, que Varda nos vai confrontando com os heróis do admirável mundo novo. Equipas inteiras dos restaurantes do coração que respigam para garantir a subsistência dos sem abrigo, por si só já um excesso; desempregados e imigrantes clandestinos que se banqueteiam nos caixotes de lixo; os ciganos; alguém que se propõe ensinar a cozinhar a partir das sobras; outros que produzem aguardente a partir de uvas excessivamente maduras e deixadas para trás; um pintor que cria a partir de objectos abandonados nas ruas; um pedreiro russo que constrói torres totémicas a partir de lixo e bonecas estragadas; Louis Pons, para quem a arte consiste em encontrar o equilíbrio no lixo que nos rodeia; os respigadores de ostras; os rastafarai que se recusam a ser incluídos numa qualquer ordem senão a da deriva; o voluntário que por razões éticas come há quinze anos do lixo e à noite ensina francês às comunidades desintegradas; um chinês cuja casa é inteiramente construída a partir de objectos que outros deixam para trás; uma sociedade que recupera frigoríficos das maneiras mais espantosas; uma creche onde se ensina a recuperar o lixo na produção de brinquedos; enfim, Varda, ela própria, que além de recuperar objectos ao longo das filmagens e os levar para casa, qual respigadora de imagens, constrói uma narrativa atípica - atípica porque surge como uma peça de jazz, a realizadora chega mesmo a abandonar a câmara ao sabor do acaso- a partir de situações e experiências que, uma vez isoladas, continuariam a escapar ao olhar desatento do discurso economicista: “É verdade que filmar, especialmente o documentário, é respigar. E isto porque aproveitas o que encontras; vergas-te; procuras; és curioso; tentas descobrir onde as coisas estão.”
O facto de Varda não se limitar a denunciar a panóplia de desperdícios que se vão acumulando e, sobretudo, o de insistir na ideia de que há quem reaproveite o aparentemente inaproveitável, indicam que é possível colocá-los ao serviço da produção e progresso social. É esse o sentido da sua insistência na ideia de criação múltipla a partir das franjas, das margens, daquilo que podemos considerar os dejectos e excrementos deixados pelos outros. O recurso ao discurso bíblico e judicial - a determinada altura podemos ver um juiz, em plena horta, explicando porque em determinadas zonas de França se pode, segundo a lei, respigar -, é também prova disso mesmo, a mesma tentativa de legitimar uma actividade que se recusa a aceitar a irredutibilidade do mundo dos restos. Por um lado, a assunção de uma dimensão que escapa à clarividência do cálculo e ao discurso economicista. Por outro, a ideia de que é possível conferir uma ordem, ainda que outra ordem, ao mundo desmedido dos restos. Tal como Louis Pons, um dos artistas entrevistados, cuja obsessão seria a de encontar uma ordem e um equilíbrio no lixo. Sugerindo, como Georges Bataille já tinha dito, duas coisas: que não haverá lugar para qualquer visão integral do sujeito se ignorarmos a dimensão que este não domina, aquela que escapa à sua vontade e à sua inteligência; além de que nenhuma economia resistirá, por muito forte que seja, veja-se a mais recente crise nos EUA, senão se atrever a olhar de frente, nos olhos, as sobras que vai inevitavelmente produzindo.

sábado, 6 de dezembro de 2008

.One Love

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

.Miriam Makeba

Miriam Makeba, também conhecida por Mama Afrika, foi uma grande cantora sul africana e uma incansável activista pelos Direitos Humanos. Morreu no passado dia 10 de Novembro, em Itália, após um ataque cardíaco durante aquele que seria o seu último concerto. Aqui fica a nossa homenagem.


.Material para o Documentário sobre a Pena de Morte

Como é sabido, uma das actividades previstas para este grande projecto que temos em mãos é a realização de um documentário sobre a pena de morte. A principal fonte deste documentário será o conjunto de imagens colhidas na sessão de 10 de Outubro, na Gulbenkian. Mas não só... iremos enriquecer o documentário com outras imagens/vídeos sobre o tema.

Como tal, eu e o meu colega Nuno Guedelha já começámos a recolher outros materias, que serão devidamente editados para fazer parte do documentário. Entrevistar pessoas alheias a este projecto, perguntando se concordam, ou não, com a execução da pena capital, é uma ideia:



(Entrevista à actriz Leonor Alcácer)



( Entrevista a Adriana Cunha)


Estas entrevistas são apenas um exemplo do que podemos vir a utilizar no nosso documentário. Se tiverem mais alguma ideia para que possamos enriquecê-lo, venham ao blog e postem os potenciais materiais.